Manifesto – Poética dos Restos
- Vanessa CTReis
- 27 de jul.
- 1 min de leitura

(por Vanessa CTReis – junho de 2025)
©Direitos reservados
Parto da sobra, do fragmento, do que deixa traços.
Do que foi dito pela metade, do que não coube na história,
Do que ninguém mais quis ouvir.
Há palavras que sobrevivem caladas,
Imagens que insistem rasgadas,
Instantes que confessam lembranças veladas.
Crio a escutar os restos.
Não para prender, mas deixar marcar.
Vestígios que aceitam ficar.

O que resta é o que risca.
É vinco na pele, silêncio entre frases,
Dobras no tempo.
Meu gesto é sutura que desenha a cicatriz.
É letra que sangra,
no corpo que sanha.
Procuro o rasgo,
A mancha,
Presença que se dá na ausência.
É um modo de estar,
É o que teima em pulsar,
O que segue, mesmo depois de acabar.
Comments